Foi meu début em Teerã. As informações chegavam como se fosse rolar uma reunião do partido comunista em tempos de ditadura, no maior clima de transgressão. Nada de passar o endereço por e-mail nem celular, só no boca a boca. Chego num prédio baixinho, num bairro residencial de classe média. Nenhum sinal de festa até tocar a campainha e ouvir a música distante que vinha pelo interfone.
O último convidado a chegar avisa que um carro da polícia ronda a rua e a dona da casa se apressa a fechar as janelas. Exceto pelo MP3 no lugar de LPs, o clima era de bailinho de pré-adolescência, sabe? Móveis arrastados, abrindo espaço para a dança, mesa com quitutes iranianos caseiros e refrigerante. Todo mundo arrumadinho. As mulheres iam chegando e deixando o véu e o blusão obrigatórios num cabideiro. Outras, iam direto para o quarto trocar de roupa e se maquiar. MAIS...
por Adriana Carranca, Seção: Pelo Mundo, Oriente Médio, Irã
1 Comments:
At 10/14/2007, Naeno said…
AO TEU OLHAR
Ao teu olhar que nunca me disse um não,
A ele, porque o mundo precisa, a luz,
Que rastreará todos os recantos e guiará
Os fracos de visão, os que não vêem
Pelos orifícios onde a vida penetra,
Por onde o amor se manifesta, a lua,
Que dele depende para ser tão clara,
Ao teu olhar, uma lágrima que banha,
Cairá um dia, e verás que o dia,
Virá toda claridade e veremos tudo,
Até o que não se deseja ver.
Ao teu olhar o meu se inclina,
Diante do lume intenso, numa neblina,
De estrelas cadentes todas que não cairão.
Ao teu olhar me mostro, quem sabe um dia,
Me verás inteiro como sou, um outro olhar
Fixo no teu, amando o teu, dentro do teu.
Ao teu olhar migalhas cairão ao chão,
E não colherás nenhuma
Porque julgarás pouco, e por não sobrar
Uma sombra por todo o deserto,
Se cumprirá e que desscanse ao teu olhar.
um beijo
NAENO
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