CULTURAS HÍBRIDAS

30 junho 2006

Limite


Limite, filme mudo de Mario Peixoto, considerado por muitos a obra-prima da cinematografia brasileira, entrou em cartaz, pela primeira vez, 71 anos depois de finalizado

O maior filme brasileiro de todos os tempos, assim eleito por críticos numa votação organizada em 1988 pela Cinemateca Brasileira, entrou em cartaz aos 71 anos de idade. Exibido pela primeira vez em 17 de maio de 1931, "Limite" nunca estreou em circuito comercial. A sessão inaugural acabou em bate-boca e empurra-empurra entre defensores estupefatos e detratores bocejantes. Uns se maravilharam com o experimentalismo narrativo e o rigor técnico, num tempo em que, embora o som já estivesse chegando às telas, o país ainda tropeçava para fazer filmes mudos com qualidade. Outros espectadores cochilaram solto diante da falta de história e do ritmo lento do filme.

Ao longo dessas sete décadas, a obra foi mostrada apenas em salas alternativas. A decomposição dos negativos exigiu um lento trabalho de recuperaçãoo entre 1959 e 1971. Nesse período de sumiço, ela se tornou mito. E seu diretor, Mario Peixoto (1908 -1992), que nunca fez um segundo filme apesar de várias tentativas, transformou-se em lenda. Limite é marco precoce do cinema brasileiro moderno, consolidado 30 anos depois. Também representa a versão tropical do expressionismo alemão e da vanguarda soviética, as correntes mais influentes dos anos 20.Os atores Olga Breno, Taciana Rei, Raul Schnoor e Marioi Peixoto, estão em "Limite", são estrelas em celulose.

9 Comments:

  • At 7/01/2006, Anonymous Anônimo said…

    Interesante!! Mais ainda se promovessem mostras de filmes históricos.

     
  • At 7/02/2006, Blogger Portobello said…

    Gracias por tu visita Duda. Me gustaría llevar este post de cine (aunque está en portugués) al Rincón del cinematógrafo, donde publica mucha gente sobre cine. Por supueto con tu firma.
    www.mosaicoss.blogspot.com

     
  • At 7/02/2006, Blogger + Kazzx + said…

    Cara Duda:

    Não conheço a obra, já ouvi falar muito, mas como neste país se vive de criar mitos e herois fico meio desconfiado, será que é tão bom assim?

    Bjs

     
  • At 7/03/2006, Blogger Duda said…

    Liliane:
    É difícil concordo. Obras não comerciais não encontram espaço.

    Zuriñe Vázquez:
    Fique a vontade. Publique em seu blog.Só assim ampliamos territórios culturais.

    Marcos:
    Suas intervenções são ótimas. Coloca geralmente outras faces possíveis do que é publicado.

     
  • At 7/05/2006, Anonymous Anônimo said…

    OLá, Duda. Voce me parece ter o dominio da analise de cinema, nao? No Miolo minha coluna vez por outra fará esse tipo de dialogo com obras literárias, e até com filmes tbm. Meu interesse é por narrativas, de todos os tipos. A coluna é uma babel de leituras do tipo. Abraços.

     
  • At 7/06/2006, Blogger Orlando Tambosi said…

    Duda,

    obrigado pela visita. Gostei do seu blog: leve, bem escrito - coisa rara, no geral, como você sabe.

    Abs.

     
  • At 7/07/2006, Blogger Joel S said…

    Cara Duda:
    O post é uma ironia ao que se passou no Brasil recentemente e o que não é do Brasil, a seleção brasileira, que é formada por estrangeiros que vivem fora daqui há muito tempo. São mercadorias. Como podemos torcer por mercadorias? O presidente, neste caso, nada teve a ver com o ocorrido. É um nexo de causalidade falso.
    Abração, excelente blog e estarei por aqui mais vezes.
    j o c a

     
  • At 7/09/2006, Blogger Santa said…

    Duada querida,
    Interrompi a fisioterapia para publicar o post em solidariedade ao jornalista Reinaldo Azevedo. Agradeço as palavras de carinho no blog. Se é que é possível,- tenha um bom domingo. Beijos.

     
  • At 7/11/2006, Blogger Rodrigo Xavier said…

    Olá Duda,

    "Limite" é ótimo. Filme de qualidade superior, bem acima da média, realizado quando o cinema sonoro estava enterrando o cinema mudo.

    Talvez esta seja a má sina do filme. De linguagem madura e elitista, sobressai na cinematografia mundial, quando o cinema mudo descerrava sua finitude.

    "Limite" narra a vida de um homem e duas mulheres num barco à deriva. A história é pontuada com as lembranças das personagens. A gravação foi ambientada em Paraty-RJ.

    Indico este filme e "Deus e o Diabo na terra do sol" do Glauber como os mais importantes da produção brasileira de todos os tempos.

    Abraços.

     

Postar um comentário

<< Home